Monday, June 05, 2006

o doce som das guitarras

O que uma banda pode fazer quando chega aos 23 anos de história com discos antológicos, respeito dos críticos, paixão dos fãs e apontada como influência direta de nove entre dez (boas) bandas de rock n’roll? Gravar um disco simples, direto e quase despretensioso pode não ser a resposta mais esperada, mas foi o que o grupo nova-iorquino Sonic Youth fez.
Sem precisar provar nada a ninguém, o quarteto entrou em estúdio e 24 horas depois saiu com “Rather Ripped”. O 17º disco da carreira iniciada em 1983 será lançado mundialmente no próximo dia 13 de junho. O site http://www.sonicyouth.com/ já disponibiliza todas as músicas para serem ouvidas.
Formado por Kim Gordon (baixo e vocais) Thurston Moore (guitarra e vocais) Lee Ranaldo (guitarras) e Steve Shelley (bateria), o Sonic Youth deu sentido ao estilo guitar band e que hoje é chamado de indie rock. A música do grupo sempre foi considerada experimental e atraiu atenção pelas belas melodias em meio ao peso das guitarras distorcidas de Moore.
“Rather Ripped” é quase uma volta às origens, com canções curtas e que alternam doçura e rispidez. Até mesmo a formação original do grupo está presente, com a saída de Jim O´Rourke ocorrida logo depois da apresentação do grupo no Brasil, em 2005, no Festival Claro que é Rock, onde eles tocaram ao lado de Flaming Lips e Iggy and The Stooges.
O novo disco não pode ser comparado, mas lembra as obras-primas “Sister” e “Daydream Nation” (ambos lançados na década de 80). Até mesmo a dama do rock independente Kim Gordon, responsável pelos momentos mais pesados da banda, deixou um pouco de lado os gritos e mantém sua voz rouca em meio aos belos diálogos de guitarras. Destacar canções é cometer injustiças, porém “Turquoise Boy”, “Incinerate” e “James Run Free” se apresentam como alguns dos belos exemplares do disco.
O novo CD é festejado pelos críticos, pois demonstra que o Sonic Youth permanece como uma banda criativa e apurada ao estilo que criou. O grupo passou por momentos de grande pretensão musical – gravando com escritores como William Burroughs, em canções intermináveis – e voltou para uma alegria quase que juvenil. Sem nunca perder a pegada sônica que ganhou no decorrer de tantos anos.

Ps - Vale a pena comprar, piratear, trocar ou afanar do melhor amigo: Sonic Youth- Corporate Ghost (com todos os clipes e umas tosquices da banda)


* matéria publicada originalmente no JL (05/06/06)

Wednesday, December 21, 2005

Crumb por ele mesmo

É isso aí crianças. Natal quase aí e é chegada aquela hora de decidir o que pedir para o Papai Noel.Se me permitem uma opinião: Minha Vida, de Robert Crumb

É caro, cerca de cinqüenta pilas, mas vale a pena. Ô se vale.

O livro com 135 páginas são de materiais publicados e também retirados de seu caderno de rascunho entre as a década de 70 e 80. E dessa vez quem é a piada é o próprio Crumb, que é considerado um dos maiores cartunistas americanos.

Nas várias histórias publicadas ele é o personagem principal em diversas fases de sua vida, com ênfase na época flower power, quando o autor recebeu sem querer (e repudiar) a condecoração de herói do underground e pop star da contracultura.O livro revela mais da vida pessoal do artista, do que sobre suas criações. Raramente ele cita seus personagens, pois o foco do livro é realmente a estrada que tomou, nem que isso caiba um pouco de ficção.

Crumb intercala vários cartuns desenhados por ele com textos onde são relatados diversos momentos importantes de sua vida. Desde a infância, quando era praticamente forçado pelo irmão Charles Crumb a desenhar sem parar (os dois eram extremamente paranóicos e liam quadrinhos o dia todo, Robert se salvou pela sua arte. Charles pirou), passando pelo primeiro emprego numa fábrica de cartões comemorativos, a fase hiponga e a rebordosa dos anos 70 com o início dos tempos de velho rabugente e recluso que cultiva até os dias de hoje.

Irônico, sarcástico, chauvinista, machista, cético, inimigo número do estado. Crumb é muita coisa e tudo é colocado no seu livro de forma clara e sem auto-indulgência. Aliás não existe nada de sua personalidade que ele não tenha exposto de forma muito crua.E Crumb vai entregando seus podres sem medo. Desde suas relações com as mulheres (muitas vezes doentias) até a análise de seu trabalho, que ele revela ter passado por um momento que o mais importante era ganhar dinheiro, com pouco importância à criatividade e o desenvolvimento de sua arte.A queda de qualidade do trabalho dele é justamente relatada no momento em que Crumb se torna mais cultuado. No anos 60 muitos dos seus personages – Mr. Natural e principalmente Fritz The Cat – se tornaram muito populares e Crumb caiu na vida.

Tomou toneladas de LSD, ficou estirado na Haight Street em San Francisco, foi a shows de rock (estilo que ele odeia com todas as forças) e fez capas para bandas de rock ( a capa do Cheap Trills de Janis Joplin é dele).Depois veio a bad trip e Crumb virou as costas para a badalação.

Hoje mora na França com sua esposa e se prepara para lançar a sua versão do livro dos gênesis. Ex-católico e avesso a qualquer tipo de religião, essa versão deve colocar o artista novamente em meio à polêmica.

Olha. Mas que ninguém se preocupe que os temas pesados tratados pr ele se transformem numa lenga-lenga sem fim. Tudo é muito divertido quando se trata de Robert Crumb. É bom conferir


Monday, December 05, 2005

é só um teste?

Isso é só um teste.
Aposto que os caras que criaram o ebola, lá no laboratório, também disseram isso.
aí deu no que deu.
de qualquer jeito. isso continua apenas como um teste.
apenas?